quarta-feira, 2 de março de 2016

40 - Anos 50/60 A televisão

            40 - Anos 50/60: A Televisão

Lembro-me muito bem quando estivemos em São Paulo e visitamos o patrício Fuad Samara. Fomos introduzidos em sua bela e espaçosa casa e sentamo-nos numa sala de estar, com a televisão ligada. Meu pai ficou absolutamente hipnotizado. Se um dia ele quisesse morar em São Paulo, seria por causa da TV, porque Bauru ainda não a conhecia.
Passados alguns anos, chegou finalmente a notícia de que a Televisão seria implantada em Bauru. Poder-se-ia encomendar na Casa Lusitana o aparelho. E foi o que Alfredo fez, num piscar de olhos.
 A televisão teria um canal próprio em Bauru, graças à família Simonetti, que regia a PRG8, emissora radiofônica de nossa cidade. Sim, foi uma grande conquista. Nenhum canal da capital se interessou ou endossou a ideia de levar a TV para o interior. Nossos homens interioranos  realizaram o sonho de muitos. 
Finalmente chegou o dia em que a TV começaria a ser transmitida em Bauru.Nós, como outros bauruenses, já tínhamos buscado nas lojas nossos aparelhos que estavam instalados, meio no improviso. A antena móvel do aparelho ora tinha que ser puxada do lado esquerdo, ora do lado direito, ora para frente, ora para trás! Só quem viveu esses tempos sabe como foi torturante ver a imagem certa, depois, abaulada, depois alongada, enfim: muito distante do real. mas a TV chegou pra nós. E veio colorir a vida de Alfredo e Sálua. Eram filmes, eram programas, era Um Instante, Maestro! E, deliciosamente, Sílvio Santos, o entretenimento predileto. Ah, era um sonho tornado realidade.
  A partir desse glorioso evento, Alfredo e Sálua deixaram de ir ao cinema. Pois tinham cinema em casa, agora!
Filmes dramáticos, de suspense, de terror, de amor, esportes os mais variados, luta livre, futebol, Sílvio Santos, programas de calouros, não perdiam nada. E Alfredo só assistia em paz se Sálua estivesse ao seu lado, de mãos dadas. 
Se, por acaso, ela estivesse supervisionando a cozinha, era um tal de :
        -- Sálua! Sálua! Sálua! Em altos brados.

Televisão poderia ser um divertimento maravilhoso, mas só seria mágico se estivesse de mãos dadas com ela.   

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